quarta-feira, janeiro 28, 2009

Olá, eu estou aqui em cima.

Depois que eu fechei o braço de tatuagem, soube como se sente uma peituda que sai com um decotão.

As pessoas não conseguem não olhar pro meu braço.

Bacana é um papo entre mim e uma peituda de decotão.

Talvez não nos reconheçamos na segunda vez em que nos encontrarmos.

terça-feira, janeiro 20, 2009

Apanhado.

Eu não entendo o que aconteceu com os novos alarmes pra carro.

Sabe? Esses que ficam fazendo pi, pé, poin, té-té-té-té, fui-fuiu, abrlbabrlba-pombo!

É pra ver se o ladrão fica tão irritado que desiste?

Parece uma coisa meio indecisa, não parece?

Do tipo do sujeito que chega numa loja de alarmes:

- Oi, eu queria um alarme pro meu carro.

- Claro senhor, qual alarme o senhor deseja.

- Ah, não sei. Qual você tem?

- Temos o bé-bé-bé, o fom-fom-fom, o pi-pi-pi, o pó-pó-pó, o tã-tã-tã e ainda o novíssimo, acabou de chegar, toin-toin-toin.

- Nossa, difícil escolher heim?

- Pois é.

- Não dá pra por um pouco de cada?

Pronto.

segunda-feira, janeiro 19, 2009

Ano novo, vida perra.

Hoje ela foi lá em casa.

- Seu Gastón, acordei o sinhô, né?

- Não Jô, imagina.

Eu lá na cama, só escutando um barulhinho vindo da cozinha.

A Jô tem as manhas de lavar louça em silêncio.

Já viu alguém lavar louça em silêncio? Um dia eu queria botar uma câmera escondida pra filmar essa cena: imagino ela na ponta do pé, com a linguinha pra fora, abrindo a torneira bem devagarinho, deixando cair só um fiozinho d'água, espremendo o tubo de detergente bem de leve, apertando os olhos cada vez que um copo bate no outro.

Acho que até quebrar as coisas ela acaba quebrando em câmera lenta.

Aí é só ela perceber que eu já acordei pra soltar a mão "blam" "pow" "crash". Ops.

- Olha Seu Gastón, o sinhô vai me desculpar, viu. Eu cheguei assim cedo porque eu tive que ir lá no centro na sexta-feira e .... e a vizinha da cunhada da minha mãe... nossa, precisamos ir lá naquela praça... hoje eu preciso de ir no banco... e foi por isso que eu cheguei assim cedo.

- Tá bom, Jô. Não tem problema.

Continua falando mais do que cego na chuva.

Pois é, chegou 2009 e tá tudo igual.

Abri a geladeira pra pegar meu suco pro café da manhã. Ali no cantinho, um corpo estranho: uma marmita.

A Jô levou marmita. Depois de dois anos e meio devastando minha geladeira, assolando minha despensa, pulverizando toneladas de macarrão, ela levou uma marmita.

Fiquei intrigado.

Será que ela cansou das coisas que eu compro lá em casa?

- Olha Seu Gastón, já enjoei desse tal de macarrão que o sinhô compra. E façavô de não me arrumar mais esse melão.

Será que foi promessa de ano novo?

- Esse ano eu prometo não sentar a bota na comida da casa do Seu Gastón (pula uma ondinha).

Será que ela precisa de um complemento?

- Trouxe aqui essa marmitinha porque o sinhô não sabe como fica bom esse sarapatel com o macarrão que o sinhô compra.

Será?

Mistério.


* Betinha, como você gostou tanto das histórias da Jô, esse post é pra você. Feliz aniversário :0)

terça-feira, janeiro 13, 2009

Retórica pra boi dormir.

- Você me ama?
- Claro que amo.
- Mas e se sua esposa te perguntar a mesma coisa, o que você vai responder?
- Que sim. Mas na verdade é você que eu amo.
- Mas você está casado com ela e não comigo.
- Você tem que acreditar em mim.
- Mas você diz a ela que a ama.
- Sim. Ela também tem que acreditar em mim.

domingo, janeiro 11, 2009

Napolitano

Por que cacete o sorvete Napolitano SEMPRE vem com menos chocolate?

POR QUE?

Aliás, Napolitano tem 3 sabores: morango, nada e chocolate. Na boa, alguém quer me convencer que a parte branca é creme? Creme de quê? Vento? Gente, creme é o nome que eles inventaram pra você achar que aquilo tem gosto. Quer coisa mais evasiva do que creme?

- Do que é isso aí que você tá comendo?
- De creme.

Me fala, que gosto que tem creme? Creme é desculpa. Se alguém algum dia quiser te perguntar alguma coisa e você não quiser responder, fala creme.

- O que o senhor está levando nessa maleta?
- Creme.
- Ah, tudo bem, pode passar.

Eu ainda acho que ele só está ali pra separar aquela porcaria de morango do que realmente interessa que é o chocolate. Eles tentaram coco, abacaxi, limão, uva, nenhum ficava bom.

Que nem o de flocos. O que tem gosto ali são os flocos, o resto é nada. Mas nesse caso o nome é adequado: Sorvete de Flocos. Meu amigo, você vai comer os flocos, o resto não precisa do gosto.

Bem, voltemos ao nosso objeto de estudo.

E quando você vai no freezer, abre a lata e só tem o morango e o nada (creme para aqueles que se deixam enganar)? Tá lá a quele buracão enorme no canto. E você pensa que depois disso as pessoas compram uma lata de chocolate? Não, elas deixam aquilo virar um iceberg velho e vencido pra poder jogar fora, comprar outro napolitano e repetir tudo de novo. E fica lá aquela lata. Três vezes por semana passa um infeliz ali, abre, vê que não tem mais chocolate e desiste de comer. No máximo alguém, no auge do desespero, manda uma colherada ou entope de calda (de chocolate, óbvio) pra disfarçar.

O que as pessoas precisam entender é que nós, os comedores de Napolitano, temos toda uma técnica especial para saborear. Focada num objetivo maior que é, justamente, atingir o chocolate. Veja bem, se você comer o chocolate logo de cara, tudo bem. Mas se você comer o morango, o nada e depois comer o chocolate, o sabor fica muito mais acentuado. É sério isso. São anos de estudo.

É um exercício de autoflagelo. Você fica sofrendo, comendo o morango. Depois atinge o nirvana no Chocolate.

Mais ou menos como as pessoas que separam o recheio pra comer depois do biscoito.

Mas se o que realmente presta, o que as pessoas realmente querem é o chocolate, voltamos a pergunta inicial: por que vem menos chocolate?

Eu proponho um referendo em âmbito nacional para as pessoas votarem no seu sabor predileto. Baseado no resultado, definiremos as porcentagens de cada sabor a que estarão submetidas as fábricas produtoras de sorvete.

Todos os votos brancos ou nulos serão computados para o creme.

quinta-feira, janeiro 08, 2009

Do Peru.

Nesse fim de ano eu passei uns dias no Peru.

E isso lá é jeito de terminar um ano e começar um post?

Passar férias no Peru é abrir as portas do inferno. Eu chego no aeroporto e lá está um painel gigantesco escrito assim: "Claro, la major cobertura del Peru". Tudo leva a crer que por lá a Claro, além de celular, também vende camisinha extra large.

Olha, melhor você pensar bem antes de ir. Ou melhor, antes de contar que vai.

- E aí Gasta, vai pra onde no reveillon?
- Viajar.
- Sim, mas pra onde?
- Aqui pra America do Sul mesmo.
- Tá, mas pra onde?
- Aqui do lado.
- Aqui do lado onde? Buenos Aires?
- Não, Prhu...
- Onde?
- Peru.
- PERU?
- É.

E tome:

"Aê Gastonildo, heim? Tá louco pra conhecer o Peru."

"Aê Gastonildo, heim? Vai ficar oito dias no Peru?"

"Aê Gastonildo, heim? Tá gostando do Peru."

"Aê Gastonildo, heim? Tá se divertindo no Peru."

Não dá nem pra contar sobre a viagem. Vou falar o que? Que o Peru é bom? Que o Peru é grande? Que o Peru é bonito? Que eu adorei o Peru?

Dá pra ir mais além no fator trocadilho. Basta lembrar que uma das cidades mais visitadas de lá é Cuzco. Que fica no Cuzco do mundo.

Se eu fosse americano eu poderia ir para o Peru sem problemas. Mas se eu resolvesse ir pra Turquia, tava ferrado de novo.

Olha gente, vamos esquecer minhas férias.

Eu sou espada. E digo mais:

pra ir pro Peru, tem que ser muito Machu, Picchu*.


*termo cunhado pelo Rei do trocadalho, meu amigo Martim Baffi.

 
web site hit counter